Prefiro solicitar em nome do amor. FILEMOM 9
As cadeias de Cristo geram
privilégios e obrigações. Paulo tinha direitos adquiridos na amizade com
Filemom, que lhe devia a “própria vida”. Contudo, preferia não ordenar,
mas pedir em nome do amor.
O amor não é só o sentimento, mas,
sim, o compromisso de não pensar de si mesmo além do que convém, de ter o
mesmo sentimento para com o outro, de preferir o outro em honra e de
entregar-se pelo outro. O amor é longânimo, benigno e jamais acaba. Assim,
em nome do amor Paulo pede a Filemom que receba Onésimo — seu “próprio
filho” (“que gerei nas minhas prisões”) — de volta.
O amor nos permite dar frutos. Suas
cadeias fecundam vidas que se desenvolvem em doces afetos e acres
sacrifícios. Como poderia Filemom furtar-se às dores do parto? Como romper
as amarras dos sentimentos injustos? A resposta é: pela graça de Deus, que
traz a paz.
Em nosso coração, a lei se traduz em
direitos e obrigações, que geram frustrações e iras. Por causa do pecado,
somos condenados à escravidão. Filemom era escravo do direito e Onésimo,
da lei natural da liberdade. Paulo, amparado pela lei, abrigava o escravo
fugido. Tinham o direito de fugir, de exigir e de se separarem. Só a graça
de Deus — lei do amor — poderia gerar filhos livres e irmanados, e trazer
a paz.
Quando estivermos irados, ofendidos
por causa de alguma injustiça cometida contra nós, as cadeias do amor
podem fecundar nossos afetos a fim de que geremos graça e demos à luz a
paz de Cristo.
Retirado de Devocionais Para Todas as Estações (Editora Ultimato, 2009)
Retirado de Devocionais Para Todas as Estações (Editora Ultimato, 2009)
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