O blog
da Sociedade Islâmica do Maranhão revela estar havendo entre as comunidades de
muçulmanos um debate para a criação do PIB (Partido Islâmico Brasileiro). No
blog há, inclusive, o que seria a bandeira de um Brasil de Maomé: uma lua
crescente com uma estrela (símbolo do Islã) – veja foto, no lugar da inscrição
positivista “ordem e progresso” e do Cruzeirodo Sul (que pode ser tomado como
uma referência ao cristianismo).
O autor
do post que apresentou uma proposta para a doutrina do partido se manteve no
anonimato, identificando com o nome da sociedade, embora em alguns trechos
escreva na primeira pessoa. É de se supor que seja um diretor da SIM. Ele afirmou que o lema do PIB é “Islã, Propriedade e Família”. O que lembra a
TFP (Tradição, Família e Propriedade), uma organização católica de ultradireita.
O autor do post, contudo, ressaltou que o PIB vai combater “as doutrinas
socialista e fascista”. “Queremos apresentar uma alternativa concreta ao povo
brasileiro, a qual não é capitalista, nem comunista, não é liberal nem
socialista, mas é única e exclusivamente ISLÂMICA”, escreveu.
O autor reconheceu que ainda é cedo para iniciar uma campanha para o
recolhimento das 450 mil assinaturas para a criação do partido, conforme exige
da legislação. Por isso, o “momento é para a construção [informal] de diretórios
municipais e estaduais e depois o diretório nacional”.
Ele sugeriu colocar o nome do partido em “banho-maria”, de modo que possa ser
mudado, se preciso, para torná-lo mais digerível, conforme ficou subentendido
no blog. Disse que o partido islâmico vai ter de enfrentar uma grande oposição porque “o
Islã propõe uma total inversão da maioria dos valores cultuados pela sociedade
brasileira”.
Como exemplos, mencionou que o islamismo não admite a cobrança de juros e a
comercialização de bebidas alcoólicas. Por isso, disse, bancos e setor de
bebidas estão entre os principais “inimigos” do Islã.
Ele reconheceu que, se fosse criado agora, o partido islâmico não teria
condições de enfrentar os conflitos desencadeados pela sua proposta de
“inversão dos valores” dos brasileiros. Escreveu que a estratégia agora é a de “acúmulo de forças”, o que inclui, já
nas próximas eleições, apoiar candidatos a vereador e a prefeito de partidos
que “sejam aprovados pelo movimento [dos muçulmanos]”.
O autor revelou que se tornou muçulmano há dois anos e que participou da
criação em 2005 do PSOL, partido que, segundo ele, se desviou de seus
objetivos. “Quando me reverti ao Islã, abandonei esta militância por acreditar que não há
alternativa para o futuro da humanidade nas propostas defendidas por
socialistas, capitalistas, fascistas, comunistas e outros istas”, disse. “O
futuro e a libertação da barbárie passam, inequivocamente, PELO ISLÃ!”
Não há
dados oficiais sobre quantos brasileiros são muçulmanos. A estimativa de suas
lideranças varia muito, vai de 200 mil a mais de um 1 milhão de fiéis.
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