segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Sergio Lopes canta hoje em Santa Cruz do Capibaribe
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Voto contrário

Repudiarei todo mal. Odeio a conduta dos infiéis; Longe estou dos perversos de coração; não quero envolver-me com o mal. Farei calar ao que difama o próximo às ocultas. Não vou tolerar o homem de olhos arrogantes e de coração orgulhoso. Meus olhos aprovam os fiéis da terra, e eles habitarão comigo. O mentiroso não permanecerá na minha presença. (Sl 101.3-7.)
O apoio não manifesto torna-se condenação. A condenação não manifesta torna-se apoio. O apoio a uma causa justa não pode ficar só na mente ou no coração. A condenação a uma causa injusta não pode ficar só na mente ou no coração.
O silêncio raramente significa neutralidade. No mais das vezes indica opinião contrária à que está na mente ou no coração.
O Salmo 101 registra uma série de decisões corajosas, uma série de votos contrários: “Repudiarei todo mal”, ”Odeio a conduta dos infiéis”, “Longe estou dos perversos”, “Não quero envolver-me com o mal”, “Farei calar ao que difama o próximo às ocultas”, “Não vou tolerar o homem de olhos arrogantes”, “O mentiroso não permanecerá na minha presença” (Sl 101.3-7).
Nesse mesmo salmo, em meio a tanto votos contrários, há também um voto a favor: “Meus olhos aprovam os fiéis da terra” (Sl 101.6).
Em certas circunstâncias, tanto o voto contrário como o voto a favor são extremamente saudáveis e exigem uma boa dose de ousadia. Os não-cristãos e os cristãos não comprometidos, com raras exceções, formam uma maioria que intimida quem quer votar com consciência. O evangelho registra que o clamor das multidões a favor da soltura de Barrabás e da crucificação de Jesus prevaleceu (Lc 23.23). No mesmo capítulo, lê-se que, na reunião do Sinédrio que condenou Jesus à morte, o voto de José de Arimatéia foi um voto vencido (Lc 23.51). Antes do episódio da estrada de Damasco, Paulo votava sempre a favor da morte dos cristãos (At 26.10). Depois tornou-se um deles. A conversão muda a vida e o voto!
Retirado de Refeições Diárias Com o Sabor dos Salmos (Editora Ultimato, 2006)
Morte nas trincas da competência
Ricardo Gondim
Na passarela do Miss Universo, beleza depende de uma polegada. No estádio, centésimos definem o campeão. Para cada vaga na melhor faculdade, centenas ficam de fora. O robô virou dragão que rouba emprego na linha de montagem. As regras se tornaram claras: não há espaço para quem não tem competência ou excelência.
As exigências estão cada vez maiores. Para se manter na superfície, é preciso mostrar-se excepcional. Não basta capacidade intelectual. Com a cibernética, só superdotados têm vez. Todo mundo já conhece a definição do nerd: jovem austero, grave, que não conhece outra vida senão estudar – encarnação do gênio de óculos grossos e engordurados.
A prosaica lenda da cigarra e da formiga voltou a estruturar o imaginário popular. Brincar ou passar fome. O futuro pertence às formigas operárias e não às cigarras cantoras.
Lucidez filosófica e integridade vocacional foram substituídas por “Pensamento Estratégico”. Esqueça-se “Quociente de Inteligência”. As versões cult de “Inteligência Emocional” ficaram para trás. Passa a valer “Inteligência de Risco” – capacidade de manobrar e apostar nos voláteis cassinos financeiros. Prodígio é quem sabe transformar tempo em dinheiro e afeto em lucro. Apareceu um novo tipo de genialidade: moças e rapazes bem dotados, com tirocínio para ganhar bilhões de dólares; basta-lhes uma ideia na cabeça; nem precisam de martelo, foice, trator ou alicate na mão.
A internet não aplainou o mundo, abriu espaço para que entrem os antenados e conectados. Para estes, a rede tem tudo. Sites, blogs, ferramentas de busca, aplicativos e GPS comunicam, informam, orientam. Negócios, conspirações, namoros, casamentos e até suicídios acontecem online.
Muitas vezes alheia à concretude humana, a internet também criou uma “raça de impolutos”, de inoxidáveis. Nas redes sociais todos riem, se descrevem servos e servas de Deus, amantes da vida e, claro, sinceros. Rugas desaparecem nos avatares, devidamente maquiados no photoshop.
Infelizmente, mesmo encantada consigo mesma, essa geração demonstra pouca alegria. A vida só tem graça nas imagens digitalizadas. O leque de cores é infinito. A possibilidade de ser feliz se transferiu para o espaço binário.
Espiritualidade ganhou novos contornos. O deus do ineditismo tecnológico tem o seu altar. Produtos são lançados em reuniões que parecem um culto. Catedrais se erguem para celebrar a transcendência que só os computadores podem dar. O Paraíso já vem com a maçã mordida.
Respira-se uma nova liberdade. A democracia virtual abriu espaço para todo tipo de gente. Poetas e censores se encontram. Mercenários e militantes se conhecem. Milhões se sentem motivados a escrever em blogs. Autoproclamados especialistas surgem por todos os lados. Enaltecer ou esculhambar ficou fácil. Gente ávida por fama passa horas procurando maneiras de se projetar em cima dos outros. Heróis de araque, covardes em qualquer embate tête-à-tête, vociferam zelo. Analfabetos funcionais, que nunca leram um livro, acham-se capazes de criticar poetas de primeira grandeza. (Chico Buarque riu – para mim, um riso nervoso – , mas eu me assustei com os comentários ácidos sobre sua obra).
Sem saudosismo, sem querer estancar o curso da história, acredito possível humanizar a internet – antes que se transforme no novo ópio da humanidade. Ainda dá para fugir de idealizações, triunfalismos e bravatas, típicos de quem se esconde atrás da tela. Aterrissemos e vamos encarar a miséria como insulto, a guerra como anacronismo e o trabalho infantil como maldição.
Minha esperança se sustenta na tênue percepção de que um dia, enfatuados compower-points bonitinhos, vamos desejar botar os pés no chão. Por enquanto, dá para pedir: -Por favor, não deixemos a vida se esvair pelas trincas da competência.
Soli Deo Gloria
Fonte: http://www.ricardogondim.com.br/meditacoes/morte-nas-trincas-da-competencia/
domingo, 21 de agosto de 2011
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Sobe total de evangélicos sem vínculos com igrejas

'Trocas' de igrejas são comuns em favela na zona sul do Rio
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares, do IBGE, eles passaram de 4% do total de evangélicos em 2003 para 14% em 2009, um salto de 4 milhões de pessoas.
Os dados do IBGE também confirmam tendências registradas na década passada, como a queda da proporção de católicos e protestantes históricos e alta dos sem religião e neopentecostais.
No caso dos sem religião, eles foram de 5,1% da população para 6,7%. Embora a categoria seja em geral identificada com ateus e agnósticos, pode incluir quem migra de uma fé para outra ou criou seu próprio "blend" de crenças --o que reforça a tese da desinstitucionalização.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
sábado, 6 de agosto de 2011
VOCÊ ESTÁ DESVIADO?

Nascemos e somos completamente dependentes de cuidados de outros. Nossos pais e ou nossos guardiões nos são essenciais. Sem eles não sobrevivemos. No entanto, chega a hora em que ficarmos menos e menos dependente dele será a nossa saúde e salvação nesta existência. Enquanto moramos com eles ou somos por eles sustentados, temos que lhes ser dependentes, pelo menos no que diz respeito às decisões que pretendemos tomar na vida. Entretanto, vem a hora quando a saúde de ser nos compele a vivermos de nosso próprio sustento, e, além disso, impõem-se a necessidade de termos nossa própria casa e família. Então, deixamos pai e mãe, nos unimos a um outro, e fazemo-nos com ele ou ela uma só carne.
Com Deus é assim também. No início precisamos de muitos ajudadores espirituais. Sem eles somos como recém-nascidos indefesos neste mundo. Necessitamos que nos sirvam o genuíno leite espiritual. Chega a hora, todavia, que se espera que cada um cresça o suficiente para não mais dependermos de outros, mas apenas os reconhecermos como família espiritual, embora nossa vida seja vivida para além da necessidade de que outros nos sirvam. De fato, instala-se em nós outra a necessidade, que é a de servi-los.
Na viagem espiritual nascemos de Deus, mas precisamos muitos dos nossos guias e ajudadores na fé. Depois, no entanto, se espera que cada um cresça a fim de andar com as próprias pernas como resultado de nosso vínculo adulto com Deus na fé.
Daí em diante nossa relação com nossos pais espirituais passa a ser de carinho, gratidão e reverencia, mas já não de dependência. O mesmo se diz dos demais irmãos. Sim, os amamos e gostamos de com eles estar, mas já não por dependência. Surge apenas a alegria de amá-los e de servi-los. Todavia, já não necessitamos de ninguém para que sobrevivamos, talvez, exceto, no meio de uma grande crise ou calamidade. Espera-se que cada um aprenda a cuidar de si mesmo e de outros. E também espera-se que tenha na maturidade de seu casamento com Deus a sua própria segurança no caminhar.
Esse é o caminho para a maturidade tanto humana quanto espiritual!
Todavia, na maioria dos casos não é assim. E a razão é que “nossos pais”, no caso a “igreja”, nos “educam” para que j amais tenhamos tal autodeterminação em Deus. Desse modo, não somos educados para a vida, mas para a “igreja”. Daí a “igreja” criar eternos dependentes de si mesma, visto que pretende que seus “filhos” vivam sob suas asas; e mais: que a sirvam como filhos/escravos até ao fim da vida.
Seria e é [...] como se cada crente fosse e seja [...] como um adulto na idade, mas que vive com a atitude emocional de um bebê. Nesse caso, se qualquer coisa acontece [e acontece o tempo todo], a pessoa morre; posto que nunca aprendeu a viver de Deus e com Deus!
A “igreja” não quer que seus filhos se tornem adultos filhos de Deus!
Na realidade, a “igreja” cria filhos para ela mesma, não para Deus e nem para a vida. E, por esta razão, os filhos da “igreja” têm nela o seu “Deus”; e, nesse caso, jamais crescem para deixar pai e mãe, quando a idade chega, a fim de viver a vida com outra consciência.
É também por esta razão que os “crentes” vivem sem Deus no mundo o tempo todo; posto que a “igreja” [ou mesmo a Igreja], não seja Deus, mas apenas a família da fé.
Por esta razão, quando alguém se decepciona com “a família”, desvia-se de Deus; posto que para o crente a “igreja” é um “Deus”. É também por esta razão que todo crente que não esteja na “igreja” [por qualquer que seja a razão], sente-se desviado de Deus, além de que se declara que ele está de fato “afastado de Deus” em razão de não estar frequentando as reuniões “de família”, ainda que “família” seja louca ou totalmente tirânica e adoecida.
A verdadeira Igreja tem que ser como pais bons e conscientes que criam filhos para a vida em Deus!
Mas, infelizmente, não é assim na maioria dos casos. Afinal, o Cristianismo, em qualquer de suas versões, é Católico/Constantiniano, posto que ensine que “fora da igreja não há salvação”.
O problema é que muitos não têm essa compreensão, e, quando enxergam as “loucuras da família” afastam-se do convívio humano adoecido, não buscam mais nenhuma outra comunhão humana, e, no processo sentem-se separados de Deus para sempre!
Cada um de nós precisa de comunhão humana, tanto quanto se precisa de vínculos familiares. No entanto, mesmo que os nossos pais nos abandonem ou nos traiam, diz o Senhor: “Eu te acolherei!”
Mais uma coisa: todos os que assim discernem a vida em Deus, nunca ficam órfãos de irmãos!
Pense nisso, cresça e deixe a sua orfandade!
Nosso Pai tem muitos filhos!
Nele, que nunca nos deixa órfãos,
Caio