sábado, 30 de abril de 2011

Feliz aniversário, Pastor Júnior!

Um momento especial de renovação para sua alma e seu espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza, a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós capacidade de recomeçar a cada ano.

Desejo a você, um ano cheio de amor e de alegrias. Afinal fazer aniversário é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas.

Sorrir novos motivos e chorar outros, porque, amar o próximo é dar mais amparo, orar mais e agradecer mais vezes.

Fazer Aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus.

É ser grato, reconhecido, forte, destemido.

É ser rima, é ser verso, é ver Deus no universo;

Parabéns a você nesse dia tão grandioso.


sexta-feira, 29 de abril de 2011

“Levitas” ou “Levados”?

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”. (João 4.23) Uma grande parte dos chamados “levitas” de hoje desconhecem os princípios elementares das Escrituras; não sabem tocar, não analisam o que cantam e o melhor que fazem é pavonearem-se nos cultos. São alimentados pelos holofotes de mega-igrejas, ou até mesmo de velas e candelabros de razoáveis congregações. Eles coam mosquitos e engolem camelos. E o único compromisso que tem é com eles mesmos.


Alguns se acham “levitas”, mas são, de fato, “levados”. Levados em dois sentidos: o primeiro, no sentido de serem desobedientes e arrogantes, como meninos insubmissos que são. São “levitas” enquanto estão tocando, terminando o compromisso, saem do templo e abandonam a adoração. Grande parte deles vive dando trabalho aos pastores e líderes. E se algum ministro tira o pirulito de suas bocas malditas logo eles fazem uma rebelião, à semelhança de Lúcifer, mas tendo um melhor resultado do que este, pois, não são expulsos, e sim, expulsam tais pastores que ousaram mexer no “status quo”. Num segundo sentido, são levados por vozes discordantes da igreja
hodierna, pois acompanham as ondas e manias gospels da atualidade. São levados pela música da moda, com belas harmonias, mas sem letra. São levados pelo hit do momento. Pelo grupo famoso que vende milhões de cópias a cada turnê. Daí, as vozes e “ministração” dos “levitas” têm que parecer com aqueles, pois “libera” a unção. São robôs programados para entreter as cabeças ocas da igreja evangélica no Brasil. E com isso, criando mais um círculo vicioso do mundo gospel.

A Palavra nos ensina a prestarmos um culto digno ao Senhor, com salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef 5.18-20; Cl 3.16). O “levita” – se é que podemos chamá-los assim, pois os modernos diferem em muito daqueles do Antigo Testamento – é simplesmente um servo; deve ser a luz do mundo e o sal da terra e não aquele que sobe no pedestal da glória humana esperando receber ovações.

Num site de um cantor gospel famoso, cujas músicas eu particularmente gosto da maioria, existem algumas exigências, dignas de astros da música secular, para que ele possa “louvar”, o que ele chama de “nossas necessidades”, são elas:

- Transporte terrestre e/ou Transporte aéreo;
- Traslado durante o período em que estiver a disposição da programação;
- Hospedagem de toda a equipe em hotel;
- Alimentação (incluindo água no interior do hotel sem que arquemos no momento do check-out);
- Estrutura do evento (palco, som, iluminação, modelo de teclado solicitado pelo escritório, equipamentos para bateria solicitado pelo escritório)
- Outras necessidades serão passadas após o preenchimento do formulário.

Fora o “cachê” para o mesmo poder marcar presença. Mas, creia, não sou pessimista, nem tudo está perdido. Ainda existem grupos, cantores, músicos e servos que ainda prezam pelo compromisso com Deus. Existem hinos, embora cada vez mais raros, que ainda glorificam ao Senhor e são recheados da Palavra. Através dos verdadeiros adoradores o Espírito Santo ainda fala aos nossos corações. São adoradores compromissados com o Eterno que Ele se agrada. Pois, “o Pai procura a tais que assim o adorem”. O Pai “procura” verdadeiros adoradores. A busca não é humana. Não depende de talentos, dinheiro, instrumentos musicais, templo climatizado,
beleza ou qualquer qualidade inerente no homem como um todo. Alguns “levitas” acham que por se pavonearem-se na adoração, Deus irá receber seus louvores. Precisamos entender também, como homens falhos que somos, que o compromisso é com o Eterno e não com nosso ego. O nosso compromisso é com o Senhor.

Através dos verdadeiros adoradores o Espírito Santo ainda fala ao nosso coração. São adoradores compromissados com o Pai que Ele se agrada. Pois, “o Pai procura a tais que assim o adorem”. A minha oração é que cada “levita” possa dizer com sinceridade: “Que Ele cresça e que eu diminua”. Adora-se a Deus não pelo que Ele nos dá, mas por quem Ele é.

Portanto, que toda a glória, adoração, poder, honra e louvor seja dele, e apenas dele, a quem devemos tudo, para sempre. Chega de tantos levitas levados. Que Deus tenha misericórdia de todos. Amém.

SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER
Pr. Antônio Júnior

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sergio Lopes em Santa Cruz, aguardem!

Estragos causados pela teologia da prosperidade



A teologia da prosperidade teve sua origem na década de 40 nos Estados Unidos, seus principais mentores foram Kenneth Hagin, Kenneth Copeland, Essek William Kenyon e outros. No Brasil a teologia da prosperidade chegou na década de 70 e foi promovida principalmente pelas igrejas neopentecostais. Começou com um movimento pequeno, mas sutilmente foi conquistando adeptos e tornando-se cada vez mais uma realidade no contexto religioso.

De modo que, devemos combater e denunciar esse engodo doutrinario que fundamenta-se na confissão positiva, autoridade espiritual, bençãos e madições, promovendo estragos incalculáveis e prejuízos incontáveis. Observe alguns estragos que são possíveis contabiliar depois de anos de disseminação dessa teologia catastrófica:

1- DESCARACTERIZOU A MISSÃO DA IGREJA – Observe que os adeptos dessa teologia desconhecem a missão integral da Igreja e quando falam de almas associam com números financeiros. Cada vez mais são raras as agencias, ministérios ou promotores missionários. A moda atual são ministérios da benção, prosperidade ou multiplicação. Ninguém mas fala que o Brasil será o celeiro missionário do mundo, a mensagem da prosperidade é que seremos todos ricos e abastados.

2- DESTRUIU A ESPERANÇA NO CÉU – Como a teologia da prosperidade objetiva promover o paraíso na terra, os crentes não se preocupam mais com as bem aventuranças do céu. Raramente se houve falar em arrebatamento, vida eterna, ou esperança da Glória em Cristo.

3 – RELATIVIZOU A URGENCIA DO AMOR – Uma vez que, o individuo é o centro do culto na teologia da prosperidade, o amor ao próximo é secularizado.

4 – EXALTOU O MATERIALISMO – Um dos princípios da teologia da prosperidade é que o sucesso material é sinônimo de comunhão com Deus, de modo que, contraria o espírito do Evangelho de Cristo.

5 – INSITTUIU O CULTO AO EGOCENTRISMO – A centralidade da teologia da prosperidade é o bem estar do homem e não a vontade de Deus.

6 – BANALIZOU A ORTODOXIA E A HERMENUTICA BIBLICA – Para fundamentar suas heresias e farsas, os ministros da prosperidade retiram textos dentro do contexto, criando pretextos para difundirem suas fabulas. É no mínimo lamentável observar pregadores da prosperidade banalizarem os princípios básicos da interpretação bíblica.

O meu objetivo não é fazer apologia a pobreza, mas simplesmente refletir sobre os estragos que são provocados quando as prioridades determinadas pelo evangelho são substituídas. Apenas a titulo de lembrança, Jesus disse – Buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas, Mt 6.33. De modo que, poderia acrescentar mais um tópico aos estragos da teologia da prosperidade – BUSCAM PRIMEIRO AS DEMAIS COISAS, E O REINO DE DEUS É ACRESCENTADO.

Samuel Torralbo

A fumaça continua cinza no Vale da Bênção

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Rosa Vermelha

A

Os efeitos perniciosos do ufanismo


Já vivi encantado pelo otimismo. Afirmei com contundência que a sorte é bumerangue que sempre volta com fortuna. Cantei com um público frenético: “Vai dar tudo certo, em nome de Jesus”. Em minhas palestras e sermões, antecipei grandes reviravoltas na vida dos ouvintes. Mas, com o passar do tempo, percebi que apesar de toda a boa vontade, tais guinadas não aconteciam com a frequência que eu desejava. Nem tudo dava certo! Alguns amigos agonizaram, carcomidos de câncer. Outros foram à bancarrota. Quantos casamentos celebrei que terminaram em divórcio. Por que não confessar a infantilidade? Repeti jargões ufanistas sem levar às últimas consequências minhas afirmações . Pior, capitalizei em cima de ilusões.

Percebo que não estou só. Políticos e conferencistas motivacionais ladeiam líderes religiosos a repetir frases de efeito - que, na verdade, só servem para fortalecê-los. Infelizmente, as consequências são desastrosas. Mulheres azedaram na vida porque alguém lhes prometeu que Deus (ou Santo Antônio) traria marido “no tempo certo”. Empresários se desesperaram porque alguém assegurou que “o Senhor não permite que seus filhos fracassem nos negócios”. Pais e mães se perderam existencialmente porque jamais cogitaram um câncer “permitido” em uma família piedosa e obediente.

É comum ver pessoas acorrentadas a promessas que “um dia chegarão” - mas que não chegam nunca; ver pessoas debitando paradoxos e agruras nos “paradoxos” e “mistérios insondáveis da eternidade”.

Nada como o dia a dia para arrasar com os discursos triunfalistas. Crianças agonizam com diarréia nas favelas. Faltam ambulâncias nas periferias para salvar os infartados. Professores da rede pública recebem uma ninharia no perpétuo ciclo ignorância-desemprego-miséria. Quem ganha com o triunfalismo? As revistas de fofoca com seus conselhos de auto-ajuda, os televangelistas e as religiões pequeno burguesas. Nos sucessivos arroubos de vitória, as relações utilitárias com a Divindade prosseguem intocadas e os cantores gospel faturam bem.

Reconheçamos: a vida de muitos simplesmente não vai dar certo. A estrutura econômica deste país, assimétrica, não permite que multidões subam a escadaria da inclusão social. Os oligarcas não vão abrir mão de seus benefícios (basta ver a miséria do Maranhão, feudo de uma família poderosa). Muitos não vão entrar na terra prometida. Homens adoecerão sem conseguir recuperar suas empresas. Mulheres não vão sair do lugarejo que lhes asfixia. Rapazes, que sonhavam em jogar futebol na Europa, terão que se contentar com o saláro de balconista.


Não se deve desprezar a realidade em nome da uma esperança fantasiosa. Não se deve negligenciar injustiça social em nome de intervenções de Deus. Não se deve perpetuar ilusão em nome do otimismo. Sou pastor, pregador e conferencista, mas não tenho o direito de descolar meu discurso da existência concreta que as pessoas enfrentam todos os dias.

Não há outro caminho senão assumir compromisso com a verdade. E lutar dentro dela. Obrigo-me não à verdade metafísica, absolutizada dos dogmas ou da filosofia. Abraço a verdade que o cotidiano impõe e esperneio para transformá-la. Acredito que só é possível promover a liberdade quando ensinar que o engano não conduz a lugar nenhum senão a decepção. – “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!”. Para que o mundo seja minimamente transformado não há outro recurso senão embrenhar-se na vida como ela é, arregaçar as mangas e lutar.

Ricardo Gondim