segunda-feira, 28 de junho de 2010

Igreja Faz doação as vítimas das enchentes

fonte: Folha de Pernambuco
Olhar para os lados e só ver destruição. Cidades que mais parecem de mentira. Cidades-fantasma que foram destroçadas por conta da forte cheia do rio Una durante a semana retrasada estão destroçadas. Desconsolados, os milhares de moradores de Barreiros, Palmares e Água Preta só podem contar com a solidariedade de outras pessoas que não foram diretamente atingidas pelas águas.

Sejam aqueles que vivem na mesma cidade como aqueles que nunca frequentaram esses municípios. As ajudas vêm de todas as partes. O gesto de solidariedade após a tragédia vivida no Interior do Estado é expresso com as doações que chegam a esses locais, especialmente as espontâneas que são facilmente encontradas em vários pontos das cidades, principalmente as áreas centrais.

Caçambas de caminhonetes e porta-malas de carros são utilizados como local para transportar esperança para aqueles que sentem falta de tudo. Cestas básicas, vestuário, itens de higiene pessoal e água mineral. Em alguns casos, têm até distribuição de almoço e jantar. Direto de Santa Cruz do Capibaribe, um grupo da Igreja Congregacional Vale da Bênção Central, com mais de 30 pessoas foi à cidade de Barreiros entregar donativos.

Filas enormes, com centenas de pessoas, são formadas no meio da rua para que as pessoas recebam sacolas com alimentos e água. O vendedor Rodrigo Jorge Dias Freire da Silva, 26, foi quem transportou a carreta durante a viagem. “É bom saber que podemos ajudar de alguma forma. Quando vemos o sofrimento dessas pessoas devemos pensar que poderíamos estar no lugar delas e seria bom se alguém nos ajudasse também”, comentou.

Da mesma forma que o cenário de destruição é comum para as três cidades, a doação espontânea também é frequente em todas elas. “Depois que entregarmos em Barreiros, vamos seguir para Palmares”, completou Rodrigo.

Para quem perdeu tudo, ter ajuda é também uma maneira de não se sentir sozinho. Moradora da parte baixa de Barreiros, a autônoma Maria José Claudino, 37, luta para encontrar sustento para ela e os quatro filhos. “Perdemos tudo. A casa não caiu, mas é de aluguel, não é minha. Não tenho mais nada. Pelo menos, com essa ajuda que chega, a gente não passa mais fome”.

Maria José era vendedora de roupas, ia de casa em casa para ter seu sustento. Mas com a tragédia, todo o material foi levado e, agora, está sem renda fixa. “Estou perdida”, disse. Dos móveis, eletrodomésticos e vestuário, nada restou além da estrutura da residência. “Voltei para dormir lá. Dessa forma não ficamos na rua igual a muita gente. Mas, não sei o que fazer daqui pra frente”, disse Maria José.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Carta ao Apóstolo Paulo


Conta-se que o Apóstolo Paulo enviou seu currículo para a Junta de Missões Mundiais de certa denominação, oferecendo-se para trabalhar como missionário. Depois de algumas semanas, o Secretário da Junta escreveu-lhe esta carta, justificando por que não poderia aceitá-lo.

Ao Reverendo Saulo Paulo
Missionário Independente
Roma, Itália


Caro Sr. Paulo:
Recebemos recentemente seu currículo, exemplares de seus livros e o pedido para ser sustentado pela nossa Junta como missionário na Espanha.

Adotamos a política da franqueza com todos os candidatos. Fizemos uma pesquisa exaustiva no seu caso. Para ser bem claro, estamos surpresos que o senhor tenha conseguido até aqui "passar" como missionário independente.

Soubemos que sofre de uma deficiência visual que, algumas vezes, o incapacita até para escrever. Essa certamente é uma deficiência grande para qualquer pessoa. Nossa Junta requer que o candidato tenha boa visão, ou que possa usar lentes corretoras.

Em Antioquia, o senhor provocou um entrevero com Simão Pedro, um pastor muito estimado na cidade, chegando a repreendê-lo em público. O senhor provocou tantos problemas que foi necessário convocar uma reunião especial da Junta de Apóstolos e Presbíteros em Jerusalém. Não podemos apoiar esse tipo de atitude.

Acha que é adequado para um missionário trabalhar meio-período em uma atividade secular? Soubemos que fabrica tendas para complementar seu sustento. Em sua carta à igreja de Filipos, o senhor admite que aquela é a única igreja que lhe dá algum suporte financeiro. Não entendemos o porquê, já que serviu a tantas igrejas.

É verdade que já esteve preso diversas vezes? Alguns irmãos nos disseram que passou dois anos na cadeia em Cesaréia e que também esteve preso em Roma, e em outros lugares. Não achamos adequado que um missionário da nossa Junta tenha folha corrida na Polícia.

O senhor causou tantos problemas para os artesãos em Éfeso que eles o chamavam de "o homem que virou o mundo de cabeça para baixo". Sensacionalismo é totalmente desnecessário em Missões. Deploramos, também, o vergonhoso episódio de fugir de Damasco escondido em um grande cesto.

Estamos admirados em ver sua falta de atitude conciliatória. Os homens elegantes e que sabem contemporizar não são apedrejados ou arrastados para fora dos portões da cidade, tampouco são atacados por multidões enfurecidas. Alguma vez parou para pensar que palavras mais amenas poderiam ganhar mais ouvintes? Remeto-lhe um exemplar do excelente livro "Como Ganhar os Judeus e Influenciar os Gentios", de Dálio Carnego.

Em uma de suas cartas, o senhor referencia a si mesmo como "Paulo, o velho". As normas de nossa Missão não permitem a contratação de missionários além de certa idade.
Percebemos que é dado a fantasias e visões. Em Trôade, viu "um homem da Macedônia" e em outra ocasião diz que "foi levado até o Terceiro Céu e que ouviu palavras inefáveis". Afirma ainda que viu o Senhor e que ele o confortou. Achamos que a obra de evangelização mundial requer pessoas mais realistas e de mente mais prática.

Em toda a parte por onde andou, o senhor provocou muitos problemas. Em Jerusalém, entrou em conflito com os líderes do seu próprio povo. Se alguém não consegue se relacionar bem com seu próprio povo, como pode querer servir no exterior? Dizem que tem o poder de manipular serpentes. Na ilha de Malta, ao apanhar lenha, uma víbora se enroscou no seu braço, picou-o, mas nada lhe ocorreu. Isso soa muito estranho para nós.

O senhor admite que enquanto esteve preso em Roma, "todos o esqueceram". Os homens bons nunca são esquecidos pelos seus amigos. Três excelentes irmãos, Diótrefes, Demas e Alexandre, o latoeiro, disseram-nos que acharam impossível trabalhar com o senhor e com seus planos mirabolantes.

Soubemos que teve uma discussão amarga com um colega missionário chamado Barnabé e que acabaram encerrando uma longa parceria. Palavras duras não ajudam em nada a expansão da obra de Deus.

O senhor escreveu muitas cartas às igrejas onde trabalhou como pastor. Em uma delas, acusou um dos membros de viver com a mulher de seu falecido pai, o que fez a igreja ficar muito constrangida e a excluir o pobre rapaz.

O senhor perde muito tempo falando sobre a segunda vinda de Cristo. Suas duas cartas à igreja de Tessalônica são quase totalmente devotadas a esse tema. Em nossas igrejas, raramente falamos sobre esse assunto, que consideramos de menor importância.

Analisando friamente seu ministério, vemos que é errático e de pouca duração em cada lugar. Primeiro, a Síria, depois, Chipre, vastas regiões da Turquia, Macedônia, Grécia, Itália, e agora o senhor fala em ir à Espanha. Achamos que a concentração é mais importante do que a dissipação dos esforços. Não se pode querer abraçar o mundo inteiro sozinho.

Em um sermão recente, o senhor disse "Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Cristo". Achamos justo que possamos nos gloriar na história da nossa denominação, no nosso orçamento unificado, no nosso Plano Cooperativo e nos esforços para criarmos a Federação Mundial das Igrejas.

Seus sermões são muito longos. Em certa ocasião, um rapaz que estava sentado em um lugar alto, adormeceu após ouvi-lo por várias horas, caiu e quase quebrou o pescoço. Já está provado que as pessoas perdem a capacidade de concentração após trinta ou quarenta minutos, no máximo. Nossa recomendação aos nossos missionários é: Levante-se, fale por trinta minutos, e feche a boca em seguida.

O Dr. Lucas nos informou que o senhor é um homem de estatura baixa, calvo, de aparência desprezível, de saúde frágil e que está sempre agitado, preocupado com as igrejas e que nem consegue dormir direito à noite. Ele nos disse que o senhor costuma levantar durante a madrugada para orar. Achamos que o ideal para um missionário é ter uma mente saudável em um corpo robusto. Uma boa noite de sono também é indispensável para garantir a disposição no trabalho no dia seguinte.

A Junta prefere enviar somente homens casados aos campos missionários. Não compreendemos nem aceitamos sua decisão de ser um celibatário permanente. Soubemos que Elimas, o Mágico, abriu uma agência matrimonial para pessoas cristãs aí em Roma e que tem nomes de excelentes mulheres solteiras e viúvas no cadastro. Talvez o senhor devesse procurá-lo.

Recentemente, o senhor escreveu a Timóteo dizendo que "lutou o bom combate". Dificilmente pode-se dizer que a luta seja algo recomendável a um missionário. Nenhuma luta é boa. Jesus veio, não para trazer a espada, mas a paz. O senhor diz "lutei contra as bestas feras em Éfeso". Que raios quer dizer com essa expressão?

Pesa-me muito dizer isto, irmão Paulo, mas em meus vinte e cinco anos de experiência, nunca encontrei um homem tão oposto às qualificações desejadas pela nossa Junta de Missões Mundiais. Se o aceitássemos, estaríamos quebrando todas as regras da prática missionária moderna.

Sinceramente,
A. Q. Cabeçadura
Secretário da Junta de Missões Mundiais
Autor: Anônimo

sábado, 5 de junho de 2010

O papel da Igreja

Por meio do endereço www.sigas.pe.gov.br, qualquer instituição sem fins lucrativos ligada à igreja pode se inscrever na Rede Estadual de Enfrentamento ao crack. Para isso, é preciso preencher o formulário, apresentar sugestões e dizer como quer participar

A Secretaria de Assistência Social pretende capacitar 20 mil pessoas a partir de julho, além de 18 mil entre os agentes de saúde. Os voluntários das igrejas cristãs estão incluídos no primeiro grupo para ajudar a aplicar o protocolo do crack em 1 milhão de famílias

As igrejas foram convidadas a participar de todas as etapas do plano de enfrentamento ao crack: prevenção social; acolhida e proteção; e criação de Centros de Atendimento de Usuários de Drogas, especialmente CAUD I (ambulatório) e CAUD II (abrigamento)

Os 31 Centros de Referência Regionais de Acolhimento a Usuários de Crack (CRAS) terão cadastros das famílias que enfrentam problemas com a droga. Os voluntários das igrejas capacitados terão acesso aos dados para dar apoio espiritual e social a essas famílias

Cada CRAS terá três consultórios de rua vinculados, que funcionarão em 48 vans. Os consultórios de rua terão três funcionários, dois de nível superior e um de nível médio. A Igreja pode dar suporte a esses consultórios de rua

As instituições ligadas às igrejas podem inscrever projetos para receber confinanciamento, por meio de convênio direto, para implantar Centros de Atendimento de Usuários de Drogas (Caud I) e (Caud II). Ainda há discussão de entidades ligadas à igreja podem ser confinanciadas na criação do Caud C (crack)

Ainda nesse mês de junho, vai haver um seminário convidando todos os integrantes da rede de enfrentamento ao crack, inclusive os religiosos

Na última etapa, a reintegração do usuário de crack, a igreja poderá participar de dois projetos de inclusão social, cedendo espaços para cursos profissionalizantes

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

Instituições Religiosas no enfrentamento ao Crack


A s Igrejas Católica e a Evangélica vão se aliar ao estado para prevenir, acolher e ajudar a reinserir os usuários do crack na sociedade. O apoio dos religiosos ao programa estadual de enfrentamento da droga, lançado na semana passada, se dará por meio de instituições ligadas às igrejas, mas sem fins lucrativos. Os recursos disponíveis giram em torno de R$ 13 milhões, dentro dos R$ 55 milhões previstos para serem investidos pelo estado em ações emergenciais de combate à expansão da drogra no território pernambucano.A Secretaria de Desenvolvimento Social terminou, ontem, no Seminário Presbiteriano, localizado no bairro da Madalena, uma série de visitas que vinha fazendo às principais igrejas cristãs do estado.Num trabalho silencioso que realizava desde o mês passado, o governo conseguiu fechar o apoio ao plano com um dos segmentos mais influentes da sociedade.

A participação das igrejas ainda está sendo desenhada, mas já está tomando forma. O primeiro passo será um levantamento de todas as instituições que podem receber ajuda financeira do estado para trabalhar com o usuário de drogas. A inscrição na Rede Estadual de Enfrentamento ao Crack já pode ser feita por meio do endereço eletrônico www.sigas.pe.gov.br. Lá existe um formulário no qual se pode apresentar sugestões e dizer como quer participar. As melhores propostas serão escolhidas minuciosamente. O trabalho junto às igrejas foi feito pelo secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Roldão Joaquim, e pelo secretário executivo da mesma pasta, Acácio Carvalho.

A problemática foi discutida com as principais denominações da igreja evangélica (Assembleia de Deus, Batista e Presbiteriana), com as dioceses católicas do interior e com o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. As sugestões foram colhidas em cada encontro e o debate está bem avançado. Segundo Acácio, as igrejas podem se integrar nas três frentes do plano contra o crack lançado na semana passada: prevenção, acolhimento e proteção, além de inclusão social.

A articulação junto às igrejas cristãs chegou a público ontem, embora já tivesse sido anunciada pelo governador Eduardo Campos (PSB) que convidou toda a sociedade a participar do plano. O secretário Acácio Carvalho considera de fundamental importância o envolvimento das entidades religiosas, porque estão diretamente ligadas às comunidades mais carentes da sociedade, onde o vício do crack tem se ramificado com mais frequência. Segundo Acácio, a fiscalização dos recursos não será problema porque já existe uma estrutura montada no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Ele funciona em 12 regiões e controla os 600 convênios de assistência social assinados com a secretaria.

"Estimamos que esse número de convênios aumente para uns 650 ou pouco mais. Roldão Joaquim já fez contato com as dioceses do interior, com Dom Fernando Saburido, e com as principais igrejas evangélicas", contou secretário executivo. Acácio Carvalho disse, ainda, que a capacitação dos voluntários religiosos e de todos os demais segmentos da sociedade começa a partir de julho. Antes disso, contudo, todos os inscritos na rede estadual de enfrentamento ao crack (incluindo padres e pastores) devem participar de um seminário sobre o assunto ainda neste mês. De acordo com o coordenador jurídico da Secretaria de Desenvolvimento Social e membro do conselho de combate às drogas, José Edson Barbosa, as igrejas têm autoridade moral e espiritual para entrar nesse enfrentamento, no sentido de orientar os fieis e chegar junto às comunidades carentes para identificar o problema.

"Todos aqueles que têm influência efetiva junto às famílias devem entrar nessa luta", afirmou, num discurso para cerca de 15 reverendos da Igreja Presbiteriana. Só esta denominação, por exemplo, existem cerca de 200 templos.
Fonte: Diario de Pernambuco