domingo, 28 de março de 2010

Pastor produtor dos filmes Desafiando Gigantes e À Prova de Fogo critica a Teologia da Prosperidade


“Reavivamento não se trata de uma grande multidão, mas trata-se de pessoas quebrantadas que querem ficar bem com Deus”, diz o pastor da igreja que produziu os filme cristãos “Desafiando Gigantes”. “A Virada” e “À Prova de Fogo”.

“Dependendo do tempo, lugar e pessoas, reavivamento pode parecer diferente”, disse Michael Catt, pastor sênior da Igreja Batista de Sherwood em Albany, Geórgia (EUA). Mas todas as partes reavivam alguns elementos em comum: o arrependimento, a confissão, restauração e quebrantamento.

“Se nós estamos com fome e sede por Deus, se existe um desejo de mais, se há uma insatisfação com os santos, acreditando que com certeza Deus morreu por mais do que aquilo que estamos vendo em nossa igreja típica de hoje, estes são os elementos para um renascimento”, disse Catt, em uma entrevista para seu novo livro O poder da entrega: quebrantamento e reavivamento, lançado neste mês nos EUA.

Catt afirmou claramente que o livro não é sobre o crescimento da igreja. Pelo contrário, é sobre a purificação da igreja. “E se nós pedíssemos desculpas pelas coisas que varremos para debaixo do tapete e ignoramos dizendo: ‘Senhor, nós pecamos contra ti e pedimos o seu perdão pelo que fizemos”, indagou o pastor e produtor do filme.
O movimento do teologia da prosperidade e seus ensinamentos, entretanto, apresentam um problema para a renovação, porque confunde as pessoas, observou ele. Teologia da prosperidade, tal como definido pela Lausanne Working Group é o ensinamento de que “os fiéis têm o direito de ter as bênçãos de saúde e riqueza e que eles podem obter essas bênçãos através de confissões de fé positiva, mediante a fiel pagamentos de dízimos e ofertas”.

Catt apontou para um artigo encontrado na edição de dezembro da revista Atlantic. No artigo “Por que o cristianismo causou a batida?”, é questionado se o ensino do teologia da prosperidade desempenha um papel na América Latina por causa da crise econômica e habitacional.
A revista criticou que o teologia da prosperidade incentiva as pessoas a comprarem coisas que não podem pagar e ensina que elas não devem ser preocupar porque Deus quer abençoar materialmente aos fiéis. Se eles têm fé suficiente, então Deus proverá os meios.
“Às vezes o teologia da prosperidade e do sentir-se bem gospel dizem às pessoas o que elas querem ouvir”, disse Catt. “Mas quando você coloca que, ao lado do ensinamento de Jesus de carregar a cruz, a única razão para a cruz no primeiro século estar morrendo, então como encaixar o ‘morrer a cada dia para crucificar sua carne’ e ‘a teologia da prosperidade’?”
O pastor batista disse que para ele se o sermão não funciona em uma cabana de lama em um país do terceiro mundo, então provavelmente não é verdadeiro.
Fonte:gospelmais

quarta-feira, 17 de março de 2010

“Quer prosperidade? Então deve pedir um câncer a Deus”, diz estudioso evangélico


Russell Shedd é um dos maiores “pensadores” da igreja na atualidade. Nasceu na Bolívia, foi criado nos Estados Unidos e tem passagem por diversos outros países como Alemanha, Inglaterra, Portugal, Escócia etc, onde estudou, ministrou palestras ou desenvolveu algum trabalho na obra de Deus. Formou-se em teologia no ano de 1949 pelo Wheaton College, fez mestrado em estudos do novo testamento no Faith Seminary, em Philadephia e aos 25 anos adquiriu o título de Ph.D em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo na Escócia. Casou-se em 1957, e teve 5 filhos. Lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Fundou a Editora Vida Nova há mais de 40 anos e atualmente é consultor da Shedd Publicações. Dr. Russel Shedd é também missionário da Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil desde 1962. Tem colocado seu pensamento a disposição do público através da boa literatura que não pode faltar na biblioteca de um bom leitor. Entre suas obras publicadas estão A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia, Disciplina na Igreja, A Escatologia do Novo Testamento, A Solidariedade da Raça, Justificação, A Oração e o Preparo de líderes cristãos, Fundamentos Bíblicos da Evangelização, Teologia do Desperdício e Criação e Graça: reflexão sobre as revelações de Deus. Além disso, Russel Shedd se notabilizou mormente pelos comentários da Bíblia que leva seu nome na capa: Shedd.


RGG – Uma pergunta trivial, mas que o público quer saber: Qual a sensação de ter uma bíblia com o seu nome?
SHEDD – Bastante constrangimento e até vergonha, porque eu não autorizei que utilizassem o [meu] nome. Quando eu sai da [editora] Vida Nova, passei para um senhor, [chamado] Dr. Alan, que não está mais no país. Ele logo começou a reformular a Bíblia Vida Nova e a transformá-la na Bíblia Shedd. Ele me falou antes de colocar o nome que iria colocar o [meu] nome, e eu disse: Não, você não pode fazer isso! Não autorizei. Mas, quando saiu já estava o nome lá, e não somente em letras pequeninhas, lá embaixo, mas, em letras enormes (risos). É um constrangimento constante, meu irmão.


RGG – Que razão o senhor atribui a esta diminuição do número de cristãos pela qual países como Inglaterra, França, Alemanha, enfim… este achatamento que toda a Europa está passando, atualmente? Países que chegaram ter 40% de sua população evangélica, sobretudo depois da reforma, sob a influência dos calvinistas, e hoje tem 0,5%, 1%, 2% no máximo?
SHEDD – Certo. A razão disso é a maneira como os pastores foram preparados nas universidades. Homens, lecionando matérias do seminário na universidade… Por exemplo, em toda a Europa os pastores são preparados em universidades e os seus professores são incrédulos. Então, um jovem que quer servir a Deus, logo perde sua fé, e logo está pregando uma palavra, sem Deus, sem fé, sem bíblia, porque não crê.


RGG – O senhor fala em uma de suas entrevistas que na Alemanha, por exemplo, igrejas estão adotando uma cláusula exigindo que o pastor seja crente?
SHEDD – Exatamente. Na igreja do meu genro e filha [...] Eles trabalham com duas igrejas lá em [Ruíte] perto de “Sttutgart” e… quando ele fazia parte do conselho da igreja, colocaram esta cláusula exigindo que o pastor, desta igreja, fosse crente.


RGG – O senhor acha que o cristianismo está condenado a países economicamente necessitados, fazendo prevalecer aquela máxima: “O número de igrejas evangélicas é diretamente proporcional a quantidade de problemas de uma nação”?
SHEDD – Em parte, isso é verdade. Jesus já mostrou que a pobreza, a necessidade, é uma pressão muito forte a busca de Deus. Na medida em que alguém como aquele holandês, em Amsterdã, 2000, falou: Por que eu preciso de Deus? Eu tenho tudo que eu quero na vida. [...] com a falta de crer que existe uma vida posterior a esta, que haja um juízo da parte de Deus, tais pessoas olham para esta vida, como uma única. Uma vez que a gente tem tudo que quer nesta vida, por que é que se vai precisar fazer esforço para conhecer a Deus ou fazer a vontade dEle?


RGG – Teologia da prosperidade. Hoje pela manhã, o senhor falou que se um crente quer prosperidade, então deve pedir um câncer a Deus. Em outras palavras o senhor quis dizer “morte com salvação é a verdadeira prosperidade. Foi isso mesmo ou não entendi bem?
SHEDD – Não, foi isso mesmo! (risos). Quero dizer a prosperidade que a bíblia garante para os crentes é na vida vindoura, é nos galardões que à receberemos. Paulo diz em II Coríntios 4, que a “Glória futura está diretamente ligada ao sofrimento nesta vida”. Se a gente quer glória na vida vindoura, [devemos] esperar sofrimento nesta vida, especialmente, o sofrimento da perseguição. [II Coríntios 4:16]. Deixe me ler este versículo porque eu creio que os leitores vão querer saber o que a bíblia diz, exatamente, sobre prosperidade. “Por isso, não desanimamos, embora, exteriormente estejamos a desgastarmos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia. Pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos (e Paulo sofreu muito, nós não chamaríamos de leves) estão produzindo para nós uma “glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê, é eterno”..


RGG – Até onde esta teologia da prosperidade terrena é saudável? Explicando melhor, todos nós queremos alguma coisa. Um carro novo, uma casa maior, um emprego melhor… mas afinal de contas, pedir estas coisas para Deus, é saudável?
SHEDD – Seria saudável apenas se pudessemos glorificar a Deus mais. A ordem bíblica é que a glória de Deus está vinculada a tudo que nós fazemos, ou deveria estar. Então, quer bebamos, quer comamos ou façamos outra coisa qualquer, façamos para a Glória de Deus. Qualquer benefício ou vantagem que Deus nos dá nesta vida seria justamente para nós glorificarmos a Deus, mais. Só que muitas vezes nós fazemos o contrário.


RGG – Não é para usufruirmos destes benefícios, então?
SHEDD – É para nós glorificarmos à Deus, naturalmente, abençoando outras pessoas. Porque se é para fazermos boas obras, se é para abençoarmos pessoas, se é para sustentarmos missionários, é preciso alguém ou alguma coisa para fazer isso. Portanto o que nos beneficia e nos abençoa seria re-utilizado para glória do Senhor.


RGG – Qual a sua opinião sobre a literatura brasileira cristã? Há material de boa qualidade ou ainda estamos muito distantes de países como Estados Unidos e outros países de primeiro mundo, neste aspecto?
SHEDD – Talvez o problema maior que nós temos aqui, é que as pessoas que escrevem, raras vezes, tem lido muita coisa. Quero dizer, não tem muita consciência da história da igreja. Eles não tem lido outros autores, como os puritanos, não tem muito conhecimento de Jonathan Edwards, não tem conhecimento de homens como Spurgeon. Estes livros estão chegando agora [em português]. O resultado é que quando eles escrevem, a impressão que a gente tem, é de algo um pouco raso, isto é, não muito profundo. Raras vezes, eles tem conhecimento das línguas originais para fazer uma exegêse adequada. Isto não é em todos os casos, mas apenas em alguns, é claro.


RGG – Quais os grandes pensadores da literatura e da igreja brasileira nos nossos dias. O senhor poderia citar algum pelo qual o senhor tem admiração?
SHEDD – Claro, seria fácil. Simão Luiz Sayão, Carlos Osvaldo Pinto da Palavra Vida, Augustus Nicodemus, Antonio Carlos lá da igreja da Barra. Ele é um estudioso e pensador. A escola dos pastores, em Niterói… e, outros irmãos desta estirpe. Graças a Deus, que… Deus tem os seus líderes aqui… e pensadores… Fiquei muito contente em ler a biografia de Tonica Vandermeer, missionário entre os Angolanos, durante tantos anos… Sofreu muito, mas foi muito usado. Talvez o herói que mais se destaque aqui é Ronaldo Lidório, um verdadeiro pensador, estudioso, e um homem muito sacrificado para glória de Deus.


RGG – O senhor aconselharia alguma universidade no exterior especialmente para os alunos que estudam teologia e gostariam de aprofundar seus estudos, futuramente? Ou o senhor acha que existem universidades boas no Brasil para mestrado e doutorado?
SHEDD – Tem algumas escolas boas aqui. Eu recomendaria, por exemplo, a Mackenzie. Dá pra fazer doutorado lá. Deixe me ver outra escola aqui que talvez a gente poderia recomendar… Para mim é muito mais fácil lembrar de escolas americanas, onde Jesus Cristo e a bíblia são honrados e [os professores] pessoas de bastante conhecimento. Então, depende se a pessoa tem possibilidade de fazer um curso lá. Ahmn… No Trinity Divinity School, no Gordon-Conwell Theological Seminary, Denver Seminary, no Beeson Divinity School. São várias escolas de alto nível. Tem escolas na Inglaterra, também, que estão vinculadas as universidades de Cambridge e Oxford. Há excelentes cursos lá que a gente pode fazer de doutorado…


RGG – Existe uma pesquisa, inclusive citada neste seminário, que os programas televisivos da Igreja da Graça e Reino de Deus, amplamente divulgados em todo o Brasil tem provocado um efeito migratório de pessoas já membradas em outras igrejas. Isto é, grande parte das pessoas que lá estão já eram evangélicas. A mídia poderia ser melhor utilizada, ou este poder de crescimento é inerente a potência do veículo? A mídia pode ser utilizada para colocar em prática o “Ide e pregai o evangelho a toda a criatura” Ou este “IDE” é presencial e não virtual?
SHEDD – Não há duvida que a mídia é muito útil para chamar a atenção das pessoas de sua necessidade em Cristo. Mas como a mídia está interessada em IBOPE, é quase impossível que ela se vincule e dê mais atenção a mudar pessoas perdidas e trazê-las para Cristo. Agora tem uma exceção nestes programas. É o do Fausto Rocha. O canal dele tem uma forte ênfase na evangelização. Mas, o que foi falado representa a grande maioria. Record, RR Soares gastam muito tempo na televisão, e não falam, pelo menos não abertamente, que eles estão tentando evangelizar e levar pessoas à Cristo.


RGG – Gostaria de obter a sua opinião sobre a Igreja Lakewood Community, localizada em Houston Texas/USA. Sabemos que é uma igreja de proporções gigantescas, que tem se destacado pela sua proeminência e por levar o evangelho só nos Estados Unidos para mais de 225 milhões de pessoas. Além disso, os cultos são transmitidos para mais de 150 países, por emissoras e redes de televisão. O pastor-chefe da igreja, Sr. Joel Osteen, reconhecido mundialmente pela sua simpatia e eloqüência no palco, tem um livro intitulado “Sua melhor vida agora” que o possibilitou circular no topo da lista do mais famoso jornal americano The New York Times. Simplesmente o #1 Dos Estados Unidos, por meses consecutivos. Enfim… Muito tem se falado. Críticas, Elogios… Agora, gostaria de obter a visão de um especialista.
SHEDD – Eu não o conheço, pessoalmente. Tenho visto na televisão, lá. Não sei muito bem todas as ênfases que ele tem. É um fenômeno, realmente, fora do comum! Está tomando um espaço muito impressionante. Eu não chegaria à dizer que é uma coisa negativa até agora. Gostaria de esperar para ver o efeito positivo que isso vai ter na América, porque é um país que ainda tem muita coisa negativa, em relação ao liberalismo… igrejas estão vazias, especialmente no nordeste do Estados Unidos. A América é bem dividida em áreas que nós chamamos de “Bible Belt” (Cintura de Bíblia). e… tem outras áreas que são bem distintas.


RGG – Nos anos 60 as denominações se dividiram, sobretudo, por causa do pentecostalismo. Desenvolveram posições opostas, e hoje, muitas procuram obter a união através do que chamamos de Ecumenismo? Qual a sua opinião sobre o Ecumenismo?
SHEDD – Depende inteiramente de “que tipo de ecumenismo”?


RGG – Principalmente o ecumenismo entre as religiões pentecostais e neo-pentecostais, é claro. Não este ecumenismo entre islamismo, budismo, enfim…
SHEDD – Eu estaria com uma atitude muito negativa para qualquer ecumenismo que junta crente com não crente. Dentro do próprio cristianismo, pessoas que realmente se vinculam ao Senhor Jesus como seu único e suficiente salvador, que colocam a bíblia como a palavra de Deus, inspirada por Deus, qualquer união que possa existir entre eles, normalmente, seria positiva. Claro, tem certas práticas que a gente não favorece. Portanto temos ver que união teria beneficio, e qual seria negativa. É complicado generalizar, neste ponto.


RGG – Todos os crentes devem admitir que ler a bíblia é extremamente importante. Mas, em um país como o Brasil em que o índice de analfabetismo funcional é de 74% da população, isto é, apenas 26% do povo brasileiro possui pleno domínio da leitura e interpretação de textos, como fica o entendimento da bíblia? Não seria um ler por ler?
SHEDD – Certamente. Mas Deus é maravilhoso… Porque através de seu espírito Ele ilumina as vidas. Tem pessoas que tem aprendido a ler só olhando para o texto bíblico. Eu conheci pelo menos um irmão que pediu a Deus, especialmente, capacidade para ler, e começou a ler a bíblia e não podia ler outra coisa, só a bíblia!


RGG – Eu sei que o senhor não é favorável a esta visão do “intitular-se apóstolo”. Eu gostaria de obter a sua opinião sobre isso. Biblicamente falando, existe algum erro em utilizar esta titulação?
SHEDD – Bem, a bíblia nos fala de dois tipos de apóstolos. O problema é o significado desta palavra. [Apóstolo] significa o que tem plena autoridade da pessoa que lhe enviou. Apóstolo é enviado. Portanto quando Paulo diz: “Eu sou apóstolo de Jesus Cristo”, ele esta dizendo, que tem autoridade para falar em nome de Cristo. Então, qualquer pessoa, hoje, que se intitula apóstolo esta se colocando na posição do Papa. Está falando no lugar de Cristo. Já que esta não é a idéia que alguns destes apóstolos tem, talvez não tenham estudado o significado da palavra; talvez eles estão pensando que são apóstolos do tipo de (EPAFRODITO). [ Filipenses 2:25 ] Esta palavra fala do apostolo da igreja de Filipos. Então tem esse dois tipos. Talvez esses são apenas apóstolos de igrejas, tem a autoridade da igreja, ou autorização para falar em nome da igreja deles, não de toda a igreja de Cristo, obviamente, mas só deles.


RGG – Política e religião. O senhor é contra ou a favor de políticos crentes no poder? O senhor acha que políticos cristãos podem mudar a nossa nação ou não se atreveria a ser tão positivista, assim?
SHEDD – Depende do político obviamente (risos). Alguns políticos tem sido uma benção. Fausto Rocha é um deles e tem outros; agora o grande problema é a tentação que a política cria. [É necessário] fazer vínculos com pessoas não crentes, isso normalmente significa rebaixar seu compromisso com a palavra, seu compromisso com a verdade, e assim por diante. Tem que incluir-se na mentira, que muitas vezes a política usa só pra ganhar.


RGG – E pra gente acabar esta entrevista um recado para o nosso povo Brasileiro, em especial para o Estado do Rio Grande do Sul.
SHEDD – A minha palavra é: O Brasil é um país que a gente ama muito. Estamos aqui há quarenta e tantos anos, e tem sido pra mim uma verdadeira indicação do Senhor. Eu vim de Portugal e pretendi nos primeiros anos, voltar para Portugal, mas eu tenho dado muitas Graças a Deus, pelo privilegio de ter duas filhas que nasceram aqui, de continuar vivendo aqui, quero morrer aqui, e não tenho outro plano. E que Deus abençoe este país porque tem muita coisa favorável aqui. Quando a gente fala, assim, com criticas, nós deixamos de falar das coisas que são muito positivas, em comparação com outros países, inclusive do primeiro mundo. Agora para o Rio Grande do Sul, nossa palavra é uma esperança de que este estado possa ser abençoado, com homens de Deus, que vão pregar e evangelizar de tal modo que não vai demorar para que este estado possa ter muitas igrejas novas e crescentes. Deixara de ser um estado com alto índice de bruxaria, macumbaria, para ser um estado que tem DEUS como seu verdadeiro centro.

Fonte: gospelmais

As mulheres da Bíblia em cordel.


Oito de março
O grande dia da muié
Se bem que um dia é pouco
Para alguém como ela é
É ela quem dá a vida
Feito como Deus quiser

Mas não posso resumir
A uma simples genitora
Pois a muié é mais que isso
É amor, é protetora
É guerreira, corajosa
Uma grande batalhadora


E não sou só eu que digo
Na bíblia está escrito
Existem vários exemplos
Cada qual mais que bonito
Vou falar alguns que sei
Atente ao que for dito

Começando na letra A
Lembro de dona ANA
Uma muié de oração
Casada com Elcana
Que para ter seu Samuel
Orou várias semanas

Tem também ABIGAIL
Muié capaz e prudente
Que pra salvar o seu povo
De um rei muito valente
Pediu perdão e consertou
Um erro do seu parente

Pulando pra letra D
Falo de uma costureira
O nome dela era DORCAS
Uma serva verdadeira
Deus lhe deu de novo a vida
E na morte, uma rasteira

Na letra E tenho ESTER
Importante pra Israel
Pois com sua sabedoria
Enviada pelo céu
Conseguiu livrar o Povo
De uma morte bem cruel

Tem a mãe de uma apóstolo
Que começa com a letra E
O nome dela é EUNICE
Você sabe quem elá é?
É a mãe de Timóteo
Muié de grande fé

F, G, H,
cheguei na letra I
Pra falar de ISABEL
Muié que fez cumprir
Um pedido do seu Deus
Para o nome do seu fí

Era mãe de João Batista
Esposa de Zacaria
Submissa, Humilde
Prima de Maria
Deu à luz a um profeta
Conforme a profecia

Dou um salto para o L
Pra falar de uma vendedora
O nome dela era LÍDIA
Uma senhora encantadora
Está escrito lá em atos
Que era uma grande adoradora

Ao ouvir falar de Jesus
Logo o aceitou
Abriu a porta de sua casa
E em Listra hospedou
Os discípulos de Jesus
Que por ali passou

Tem também a vovó LÓIDE
Da filha dela eu já falei
O neto dela é conhecido
E aqui já mencionei
É a vovó de Timóteo
Cuja fé não esquecerei

Chegou a vez das Marias
E na bíblia tem de ruma
De Betânia a Nazaré
Haverá sempre alguma
Tem MARIA MADALENA
Mas me prendo só a uma

Essa uma é a virgem
MARIA MÃE DE JESUS
Escolhida a dedo
Por Deus pra dar à Luz
Ao homem que por nós
Morreu naquela cruz

E a muié do seu Áquila?
Sabem de quem tô falando?
O nome dela é PRISCILA
E a Paulo foi ajudando
A falar do Evangelho
Que estava anunciando

Na letra R tenho RUTE
A nora de NOEMI
Era amiga de sua sogra
E cuidavam-se de si
Ficou víuva, casou de novo
Foi bisavó do rei Davi

Por último vou falar
Da muié de Abraão
SARA era estéril
Não podia ter filho não
Mas Deus ouviu a sua prece
E fez valer sua oração

SARA deu a luz
A um moço bem bonito
Ela já era bem veinha
Na bíblia está escrito
O senhor cumpre as promessas
Que por ele fora dito

Mas se você não é ANA
Nem SARA, nem ISABEL
Você é a VIRTUOSA
A quem tiro meu chapéu
Seu nome não tá na bíblia
Mas está escrito lá no Céu

*Publicado originalmente no Blog Cordel Cristão

sábado, 13 de março de 2010


Cantor Regis Danese fala sobre pactos malignos e mensagem subliminar na canção "Faz um Milagre em Mim"


Em entrevista, o cantor Regis Danese se defende da acusação de que a música "Faz um Milagre em Mim", do CD “Compromisso”, que vendeu mais de 1 milhão de cópias, teria uma mensagem subliminar satânica e que o cantor teria realizado pactos malignos para o sucesso da música.

O CD Compromisso, de Regis Danese, que traz a canção faz um "Milagre em mim", vendeu desde seu lançamento no primeiro semestre de 2008, mais de 1 milhão de cópias. A música saiu do cenário gospel e chegou a rádios e TV's seculares. "Como Zaqueu, eu quero subir..." recebeu versões em pagode, axé e forró, e está na boca do público nas igrejas, nas ruas, nos ônibus, e em muitos lugares no Brasil.

Vídeos publicados no Youtube recentemente afirmam que a canção, quando tocada ao contrário, traz uma mensagem subliminar satânica. Alguns blogs e sites confirmam que o cantor realizou pactos espirituais malignos. Brincadeira ou não, o tema é discussão de fóruns na internet e chegou ao Guia-me por meio do contato de internautas que pedem uma resposta do cantor e lamentam que nas igrejas em que congregam a canção não possa mais ser ministrada.

Em entrevista ao site Guia-me, Regis afirmou ter conhecimento dos comentários e deixou uma mensagem a quem acompanha seu ministério e gosta de suas canções.

Regis, você tem conhecimento de vídeos e mensagens que afirmam que a canção "Faz um milagre em mim" traz uma mensagem subliminar satânica e que você teria feito pactos espirituais?

É claro que tenho conhecimento, acho isto uma maldade.

Como você reage diante desses comentários? O que você pensa sobre isso?

Ou é um satanista que inventou isto ou alguém frustrado que tem vontade de ser famoso e não conseguiu.
Eu fiz um pacto com Jesus Cristo quando entreguei minha vida para Ele, e selei este pacto quando me batizei. Uma música que está curando, salvando e trazendo libertação não pode servir de maldição porque a palavra de Deus é bem clara, uma fonte não pode jorrar água doce e salgada. Não tem como servir a dois senhores, ou você agrada a Deus ou agrada ao diabo. Estou tranqüilo porque quando falam mal de mim não estão falando mal de mim, mas sim do meu Deus que me chamou, ungiu e me escolheu. Tudo que está acontecendo na minha vida é um sonho, um projeto de Deus!

Você acha que esses comentários podem atrapalhar o propósito de Deus para a canção?

Não. Está dando mais ibope. Enquanto isso, as emissoras seculares estão tocando muito, programas seculares, e a Palavra de Deus está sendo pregada para quem realmente precisa ouvir e não crentes hipócritas, fariseus, nada pode impedir o agir de Deus em nossas vidas!

Em muitas igrejas, a canção não pode ser ministrada e os membros não podem nem mesmo ouvi-la. Gostaria que você comentasse o sucesso da canção e a reação das pessoas diante dele, e deixasse uma mensagem para o público sobre "Faz um milagre em mim" e seu ministério.

Você que tem o Espírito Santo, ore e peça para Deus te mostrar se eu sou ou não um homem de Deus, se esta canção é de Deus ou não, tenho certeza que Deus vai te mostrar em nome de Jesus!

Eu, minha esposa, o Joselito, que é o compositor, nós oramos, jejuamos e pedimos para o Senhor operar milagres, curar, salvar e libertar. O diabo está furioso porque tem muita gente curada de câncer, paralítico andando, surdo ouvindo, muita gente voltando para Jesus. Outras entregando a vida para Jesus. O diabo está furioso. Faça você mesmo uma pesquisa na sua igreja de quantas pessoas foram abençoadas com esta canção. Reflita e deixe Deus falar contigo. Qualquer informação ao meu respeito, procure a igreja Assembléia de Deus de Uberlândia (MG). Meu pastor é Álvaro Sanches. Eu tenho igreja, tenho pastor, sou servo de Deus!

Deus abençoe a todos em nome de Jesus!!

Abração, Regis Danese

Fonte: Site Guia-me

Apóstolo Estevam Hernandes unge sua filha a “bispa” da Igreja Renascer


Filha de Estevam Hernandes e Sônia Hernandes, fundadores da Renascer, Fernandas Hernandes foi a segunda da família a ser ordenada ao cargo de bispo da denominação, sendo o primeiro o Bispo Tid, que atualmente está internado na unidade semi-intensiva após complicações em uma cirurgia.

A anteriormente conhecida como Pastora Fê, Fernanda foi, segundo a doutrina da Igreja Renascer, “ungida” a “bispa” por seus próprios pais durante a chamada “ceia dos oficiais” da Igreja Renascer em Cristo, celebrada no dia 6 de março.
Via twitter, Fernanda descreveu o sentimento de ser ungida bispa: “Gloria a Deus nossa estou muito feliz. Que Deus me capacite quero honrar essa unção com a minha vidaaaaaaa”.

Em 2007 a cantora Fernanda Brum escreveu uma música em homenagem a então Pastora Fê.
Fernanda Hernandes já esteve envolvida em alguns casos na justiça, como quando teria supostamente recebido R$95 mil da Assembléia Legislativa de São Paulo sendo um funcionária fantasma que apenas recebia o salário mais não trabalhava.

Um dos mais famosos casos envolvendo a Igreja Renascer e a justiça teve como testemunha ocular a Pastor Fê. Fernanda Hernandes estava com seus pais e líderes da Renascer, Estevam e Sonia Hernandes, quando eles foram presos ao tentar entrar nos Estados Unidos com US$ 56, 5 mil, após declarar apenas US$ 10 mil. O dinheiro não declarado estava escondido em um porta-cd e em um Bíblia. Seus pais foram presos e ela e o irmão, Felipe Hernandes, liberados depois de prestarem depoimento. Após o acontecimento Fernanda declarou: “Fiquei no aeroporto por 9 horas com meus filhos, sem noticias do Apóstolo e da Bispa”, queixou-se e afirmou “só falei com a Bispa Sonia ontem. No lugar em que esteve, converteu 29 pessoas!”.

A ordenação de Fernanda Hernandes a Bispa da Renascer aconteceu dias depois após o anúncio da saída de Zé Bruno do mesmo cargo. A Igreja Renascer possui cerca de 72 bispos em sua organização.

Fonte: gospelmais

3D chegou à Bíblia


A nova mania do 3D chegou à Bíblia. A Paramount Pictures está planejando contar no cinema a história da criação, segundo o Livro de Gênesis, no filme In the Beginning (No Começo, em tradução livre significa).

De acordo com o Deadline, Cary Granat, cofundador da produtora Walden Media, será o produtor do filme com a companhia Reel Fx. John Fusco (Mar de Fogo, O Reino Proibido) já escreveu um roteiro – que usa o Gênesis como base – e a direção vai ficar com David Cunningham (Os Seis Signos da Luz).

A ideia da Reel Fx é finalizar cenas-teste e exibir a executivos para garantir o sinal verde do estúdio. In the Beginning está orçado em US$ 30 milhões. Ainda segundo o Deadline, Granat quer um espetáculo visual que agrade tanto cristãos quanto o novo público devoto do 3-D.

Enquanto isso, a cinebiografia de Charles Darwin está chegando aos cinemas este mês. Em 2D.

Fonte: O Verbo

Exorcista-chefe da Igreja diz que há bispos ligados ao Diabo


Em entrevista ao diário La Repubblica, o padre Gabriele Amorth, que comanda o departamento de exorcismo em Roma há 25 anos, disse que o ataque ao papa Bento 16 na noite de Natal e os escândalos de pedofilia e abuso sexual envolvendo sacerdotes seriam provas da influência maléfica do Demônio na Santa Sé e que "é possível ver as consequências disso".

O sacerdote, de 85 anos, disse ainda que há, na Igreja, "cardeais que não acreditam em Jesus e bispos ligados ao Demônio".

Amorth, que já teria realizado o exorcismo de 70 mil possuídos, publicou um livro no mês passado, chamado Memórias de um Exorcista, em que narra suas batalhas contra o mal.

A série de entrevistas que compõe o livro foi realizada pelo jornalista Marco Tosatti, que conversou com o programa de rádio Newshour da BBC.

Tosatti disse que o Diabo atua de duas formas. Na primeira, a mais comum, "ele te aconselha a se comportar mal, a fazer coisas ruins e até a cometer crimes".

Na segunda, "que ocorre muito raramente", ele pode possuir uma pessoa. Tosatti disse que, de acordo com Amorth, Adolf Hitler e os nazistas foram possuídos pelo capeta.

O exorcista católico conta em suas memórias que, durante as sessões de exorcismo, os possuídos precisavam ser controlados por seis ou sete de seus assistentes. Eles também eram capazes de cuspir cacos de vidro, "pedaços de metal do tamanho de um dedo, mas também pétalas de rosas", segundo o sacerdote.

Guerra contra a Igreja

Amorth defende que a tentativa de assassinato do papa João Paulo 2º em 1981, assim como o ataque ao atual papa no Natal passado e os casos de abuso sexual cometidos por padres são exemplos de que o Diabo está em guerra com a igreja.

Em entrevista ao La Repubblica, o exorcista contou que o Demônio "pode permanecer escondido, ou falar diferentes línguas, ou mesmo se fazer parecer simpático".

Para Tosatti, não há nada que se possa fazer quando o Diabo está apenas influenciando as pessoas, em vez de estar possuindo-as.

Segundo o exorcista-chefe do Vaticano, o papa Bento 16 apoia o seu trabalho.

"Sua Santidade acredita de todo coração na prática do exorcismo. Ele tem encorajado e louvado o nosso trabalho".

No jornal italiano, Amorth também comentou sobre como o cinema retrata o exorcismo e a magia.

Segundo ele, o filme O Exorcista, de 1973, em que dois padres lutam para exorcizar uma garota possuída é "substancialmente preciso", apesar de "um pouco exagerado".

Já a série do jovem bruxo britânico Harry Potter é descrita como "perigosa" pelo sacerdote, pois traça "uma falsa distinção entre magia negra e magia do bem".


Fonte: Agencia BBC

segunda-feira, 8 de março de 2010

Uma reflexão em homenagem à mulher


Um dos textos mais citados quando se discorre sobre as virtudes femininas é o de Provérbios 14.1: “A mulher sábia edifica a sua casa”. Sem sabedoria é impossível viver bem como pessoa, como mãe, como esposa, como profissional, como missionária, porque a sabedoria deve ser a prática de toda a vida.

A mulher sábia constrói a sua casa, formando a consciência cristã de seus filhos. Ela os instrui com os elementos da sabedoria para torná-los “sábios para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus” (2 Tm 3.15), como Eunice e Lóide souberam fazer na educação de Timóteo. Formaram nele a verdade que se estabelece em princípios morais e espirituais. Valores que definem as atitudes e direcionam as escolhas. Assim Timóteo aprendeu as “Sagradas Letras”.

A mulher sábia é a educadora de seus filhos que, segundo a instrução divina em Deuteronômio 6, ocupa-se em transmitir os preceitos do Senhor na dinâmica da vida, na informalidade do dia-a-dia, mas com objetividade e clareza.

A mulher sábia contribui para edificação da Igreja e para expansão do evangelho na terra. Como parte do corpo de Cristo, ela deve estar pronta para servir com o dom e a vocação que recebeu do seu Senhor. Como Maria, deve haver prontidão para dar o seu sim para o cumprimento dos propósitos divinos na história dos homens. “A vida de Maria mostra que as coisas grandes, as coisas importantes, sempre começam com alguém dizendo sim a Deus e, depois, continuando a dizer um sim de cada vez. Quando você tem em mente que toda sua vida é um campo sagrado, mantém-se aberta às oportunidades maravilhosas que ele planejou para você.” 1

Somos chamadas para servir e só há realização pessoal quando assumimos o nosso papel e nos colocamos à disposição do Senhor para fazer tudo aquilo que nos vem às mãos, a fim de que a sua vontade seja feita na terra como é feita nos céus.

A mulher sábia contribui para a construção de uma sociedade mais justa. Com o uso dos seus dons e talentos, no exercício da sua profissão, ela coopera para o bem-comum no dever de promover a justiça, a paz e a retidão. Ela luta como uma cidadã consciente de seus direitos e deveres porque atende à exortação paulina: “Exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo” (Fp 1.27).

Hoje a mulher está presente em todos os segmentos da sociedade, ocupando cargos de liderança e tendo a oportunidade de influenciar o seu contexto. Ela pode ser um elemento de mudança no mundo atual. “Nada contribui mais para dar um sentido à vida do que tomar consciência de nossa missão. E a tomada de consciência de nossa missão está estritamente ligada aos nossos talentos pessoais.” 2

A história assinala a participação decisiva da mulher que, no exercício das suas atribuições, equilibra as variadas áreas de atuação e se dedica ao cumprimento da sua missão. “As mulheres se distinguiram em quase todos os aspectos do trabalho missionário, mas os campos da medicina, na educação e na tradução foram particularmente afetados por sua perícia.” 3

A Palavra de Deus nos garante que a virtude da sabedoria está à disposição de todos aqueles que a buscam. “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” (Tg 1.5)


• Durvalina Barreto Bezerra é diretora do Seminário Betel Brasileiro.

sábado, 6 de março de 2010

A população envelhece, a igreja se esquece...


Cada vez mais o tema do envelhecimento vem sendo abordado, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países do terceiro mundo. No Brasil, o envelhecimento da população é um fenômeno relativamente recente; entretanto estudos têm apontado, de forma recorrente, que o processo de envelhecimento da população brasileira é considerado irreversível – diante do comportamento da fecundidade e da mortalidade registrado nas últimas décadas e do esperado para as próximas. Segundo o IBGE, em 2050 seremos 259,8 milhões de brasileiros e nossa expectativa de vida, ao nascer, será de 81,3 anos, a mesma dos japoneses hoje. Estima-se que nos próximos vinte anos a população de idosos no Brasil poderá alcançar e até mesmo ultrapassar a cifra dos trinta milhões de pessoas, o que representará aproximadamente 13% da população. Esse crescimento traz a consciência da existência da velhice como uma questão social. Questão esta que pede grande atenção, pois está diretamente relacionada com crise de identidade, mudança de papéis, aposentadoria, perdas diversas e diminuição dos contatos sociais.

Como crente num evangelho integral, creio que o envelhecimento da população enquanto questão social urgente deveria estar na pauta, senão de todas, da maioria das igrejas, dos ministérios, das agências missionárias etc. Mas como várias outras questões urgentes do mundo contemporâneo, a velhice está longe de ser importante para a maioria dos líderes cristãos. O descaso é tamanho, que foge à lógica não só do “mundo”, como da teologia de muitas igrejas.

A membresia da maior parte das igrejas históricas, pentecostais e neopentecostais é constituída por um número expressivo de pessoas com faixa etária acima de 60 anos ou muito próxima disso. É comum ver igrejas que têm os idosos como grupo majoritário em sua membresia. São pessoas que, se não ajudaram a fundar a igreja, são responsáveis diretas para que o estabelecimento continue de pé. No linguajar evangélico é nessa faixa etária que está a maior parte dos “membros fiéis”. Apesar do maior “tempo de casa” e do maior comprometimento, apesar dos serviços prestados e do momento atual demandar necessidades das mais diversas (bio-pscico-espiritual), o que a igreja faz por eles? Nada. Enquanto isso para outros grupos etários e sociais a criatividade para criar programas e reuniões é tamanha que beira ao ridículo não poucas vezes. É um festival de incoerências e ideias fora do lugar que daria várias páginas pra descrever, contudo, para muitos líderes está tudo certo “como dois e dois são cinco”.

A falta de lógica em não abraçar essa questão é também teológica, pois sabemos que a doutrina de salvação de muitas denominações garante ao individuo ser livre do inferno até minutos antes de sua morte, desde que este aceite Jesus e confesse seus pecados.

Sendo assim, não seriam os idosos, os que estão mais próximos de seu destino eterno, o maior grupo de risco? Contrariando as estatísticas e as doutrinas, o que vemos são os recursos financeiros e humanos da maioria das igrejas serem destinados a tudo, ou quase tudo, menos, é claro, àquela que é chamada pelo “mundo” de melhor idade. Aqui, apresento minha a confissão de fé feita por Silvia Regina Kivits:

• Creio no evangelho todo para o homem todo para todos os homens. Creio no evangelho que não discrimina, não exclui, antes, alcança, confere dignidade e traz novas perspectivas de vida sempre;

• Creio na Igreja como Corpo de Cristo, onde todos são importantes e têm uma contribuição a dar. Uma igreja que acontece a partir das relações de mutualidade, onde cada parte, na grande diversidade do Corpo, enriquece o todo. Sob a perspectiva bíblica de que Deus concede, a cada cristão, dons espirituais e talentos que não ficam velhos nem caducam com o tempo, ao contrário, convivem com a possibilidade de que o tempo de atividade traga aperfeiçoamento, é que se afirma que os idosos têm o que dar ao Corpo de Cristo.

• Creio na Igreja de Cristo como comunidade terapêutica, onde pessoas e relacionamentos são mais importantes que programas ou atividades - programas e atividades devem servir às pessoas em suas múltiplas necessidades. A igreja é um espaço saudável para a construção e reconstrução de pessoas que são importantes para Deus;

• Creio que todo ser humano possui valor intrínseco perante Deus, devendo ser valorizado pelo que é e não pelo que tem, faz ou produz;

• Creio no idoso como pessoa plena, cidadão com direitos assegurados, com experiência a transmitir a outros, mas também com um futuro pela frente.

Que neste século da maturidade sejamos iluminados por aquele que nunca fez distinção de idade, antes, capacita os seus para que mesmo na velhice produzam frutos viçosos e florescentes.


• Leandro Gonçalves Lança é graduando em Ciências Sociais (UFMG)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Retiro 2010







A Igreja Congregacional Vale da Bênção Central promoveu o retiro de Carnaval 2010. O evento teve início no sábado de Carnaval e se estendeu até a terça-feira, dia 16 de fevereiro. O evento aconteceu no Acampamento da Igreja.

Procuram-se anti-heróis


Há alguns anos, Lance Morrow escreveu na revista “Time” que “ser famoso é, entre as ambições humanas, a mais universal. Quem, a não ser monges e freiras, se contenta com a simples atenção de Deus? Quem busca ser obscuro na vida? Em nossa sociedade, ser obscuro é ser fracassado”. Realmente, o mundo está lotado de gente correndo pelos primeiros lugares. Já se disse que quem chega em segundo não é vice, apenas o primeiro entre perdedores. Somos seduzidos pelas luzes e holofotes feito mariposas. O Ocidente alimenta o sonho do heroísmo; a modernidade, calcada na ideia do progresso, acena que a felicidade depende de conquistas; e a espiritualidade que se difundiu no hemisfério sacraliza ideais ufanistas.

Especialistas em planejamento estratégico, gurus em autoajuda e neurolinguistas repetem a fórmula da eficiência, competência, excelência, como estradas para o sucesso. A vida se transforma em uma guerra na qual os mais fortes sobrevivem. O esforço de ser campeão cria a necessidade de suplantar os outros. Importa conquistar o pódio dos grandes ídolos. Os menos hábeis que pelejem para não serem extintos.

Será que anônimos, gente simples, que jamais ganharão um Prêmio Nobel, merecem o desprezo que sofrem? Devem ser tratados como fracassados aqueles que nunca serão manchete de jornal? A indústria do espetáculo torna difícil acreditar que muita gente leve uma vida bonita sem as luzes da ribalta.

A cosmovisão moderna foi criticada em “Crime e Castigo”, de Dostoievsk Raskólnikov, personagem principal, classifica a humanidade em seres “ordinários” e “extraordinários”. Para justificar um assassinato, ele afirma que os “ordinários” são as pessoas que vivem uma vida despretensiosa, sem grandes desdobramentos para a macro-história. Esses podem ser sacrificados pelos “extraordinários”, que são os responsáveis pela condução da história. Impressionado por Napoleão ter derramado tanto sangue e mesmo assim ter sido perdoado pela história, Raskólnikov se comporta como uma pessoa “extraordinária” e assassina duas vidas.

O mundo, entretanto, não precisa de heróis, mas de anti-heróis. Gente que ame a discrição mais que o espalhafato, que valorize a intimidade relacional mais que a superficialidade, que veja beleza na candura mais que na sofisticação e que não fuja de sua fragilidade humana. O desabafo de Fernando Pessoa em “Poema em Linha Reta” merece ser mencionado: “Quem me dera ouvir de alguém a voz humana/ Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;/ Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!/ Não, são todos o Ideal, se os ouço e me falam./ Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?/ Ó príncipes, meus irmãos,/ Arre, estou farto de semideuses!/ Onde é que há gente no mundo?”.

O evangelho não incentiva a busca do sucesso. Jesus, discretíssimo, jamais aceitou a lógica do triunfo. Ele exerceu o seu ministério nos confins da Galileia e não em Jerusalém; escolheu pescadores rudes como discípulos; priorizou alcançar marginalizados, pobres e esquecidos. Não cedeu ao apelo de ir para Atenas, mas foi para Jerusalém morrer. A lenta transformação do cristianismo em um sistema religioso com heróis de renome, ícones aplaudidos e mitos idealizados não tem nada a ver com o projeto inicial do carpinteiro de Nazaré.

Cristianismo não é espetáculo. Nem sequer louvor significa show. Não se pode confundir profeta com animador de auditório nem evangelista com mascate. Púlpito não pode virar palco; nem sacristia, camarim. Esperança não se vende, nem milagre deve ser trampolim para a glória.

Paulo afirma em 1 Coríntios 4 que os líderes se consideram como despenseiros dos mistérios de Deus, e dos despenseiros requer-se tão-somente que sejam fiéis. Deus não premia sucesso, e sim integridade. Mulheres e homens anônimos, que trabalharam a vida inteira em asilos, comunidades indígenas, orfanatos, favelas, centros de reabilitação de alcoólicos, não malograram; pelo contrário, estes são os que a epístola aos Hebreus descreve como aqueles dos quais “o mundo não é digno”. Eles são sal da terra e luz do mundo. Nunca a fé cristã dependeu tanto desses anônimos que seguem os passos de Jesus.

“Soli Deo Gloria”.


Ricardo Gondim é pastor da Assembleia de Deus Betesda

Dez anos da política nacional de educação ambiental: E as igrejas, onde estão?

Em dezembro de 2009 aconteceu em Copenhague, na Dinamarca, mais uma reunião de lideranças mundiais para discutir alternativas de combate às mudanças climáticas. Estamos diante de uma crise em que a sobrevivência está vinculada à sustentabilidade. E a educação ambiental é uma das possíveis estratégias para o enfrentamento dessa crise.

Há dez anos, foi sancionada a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). É uma grande conquista; poucos países têm uma política semelhante. Porém, há incompreensão e desinformação a respeito da lei. Muitos a entendem como uma “metodologia educacional”. Na verdade, trata-se de um processo político, de caráter crítico, participativo, emancipatório e transformador.

A PNEA define educação ambiental como “processos por meio dos quais o “indivíduo e a coletividade constroem valores sociais”, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do “meio ambiente”, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. A educação ambiental “é um componente “essencial e permanente” da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, “em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”.

Os trechos destacados indicam o potencial que as igrejas têm para atuar como instrumentos da educação ambiental. Nelas existe o indivíduo e a coletividade, além de um processo contínuo de construção de valores. E mais, valores deixados pelo próprio Jesus Cristo: amor, justiça, igualdade, simplicidade. Para os cristãos, o meio ambiente não é apenas um “bem de uso comum do povo”. É também a obra criativa e perfeita do Deus Trino, que nos chamou para desfrutar dos recursos, juntamente com os demais seres vivos, mas também para cuidar de toda a criação.

Outra característica importante da igreja é a forma como ela se organiza e reúne seus congregados. São encontros semanais em realidades concretas, com diferentes faixas etárias, classes sociais e gêneros. Isso contribui para que os processos educacionais tenham o caráter permanente e contínuo.

Contudo, o que de fato as igrejas têm feito em relação ao cuidado da criação? Têm provocado mudanças concretas no local onde estão inseridas? Algumas experiências já são conhecidas. É o caso da Igreja Metodista Livre do bairro Saúde, em São Paulo, que vem executando o Projeto Reação, e das igrejas evangélicas de Rondon do Pará, PA, que se envolveram na construção da Agenda 21 do município.

Cabe a nós participar de ações socioambientais, seja no bairro, no trabalho, na igreja, na associação ou no clube. Não há dúvida sobre a urgência da atuação dos cristãos e cidadãos brasileiros nas questões socioambientais, tenham eles 8 ou 80 anos! Se você ainda não participa de uma ação desse gênero, que tal se envolver a partir deste novo ano?


• Gínia Bontempo é bióloga, educadora ambiental e colaboradora d’A Rocha Brasil.